terça-feira, 2 de setembro de 2008

o primeiro arrependimento, o verdadeiro
talvez mesma verdeira inveja,
chegaste! mas não sabia que este onde era o meu desejo

Te ver agora na mesa de bar em contexto social - podia-se ver um vento
forte mexer seus cabelos, podia-se mesmo inquerir uma brecha na nublagem cinzenta do cotidiano ao redor por onde o sol te pintava de verão num sorriso quieto, intrigante, um sorriso de prosa, longo e nada cínico
Agora você descobrira a arte do salto alto, e ainda sambava olhando pro chão, como quem diz que não gostaria de expor outros a uma possível inveja ou desejo mas que entretanto era essa dança quase vital como o pulso constante, respirava-te a dança, e você adimitia com vergonha: não consigo parar, é minha sina
Esse dia não havia álcool em seu copo, ou fumaça em seu pulmão, nem tédio no proceder e aumentava-se por isso a falta do porque - como?
Seu quadril estava centrado levemente entre céu e chão e deixava florescer que o trabalho estava feito, podia se divertir
o desejo que mostrava não era ausente por não encontrar seres à altura, de fato todos eram possibilidade de prazer e realização, cada abraço era uma casca de moral que fora arrancada e sensível era o corpo como a genitália após gozar
via-se que vivia-se com pouco, mas não era um Pouco comparável, era um Pouco essencial
O controle da mente e corpo talvez escondesse um recente monstruoso desequilíbrio, mas não havia excesso que indicasse a necessidade de repor as partes de afeto arrancadas pelas pás da decepção, da frustação, não realização, projeção

Inveja, arrependimento - agora não era eu mais o único, o especial
mas você estava onde eu queria,
embora você tivesse chegado primeiro ao ponto,
ao menos você podia agora me servir de caminho.

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