quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Som de fanfarra... Qualquer música em fanfarra...
Euros no chapéu de Paris.
Sinto-me mal de escrever por escrever...
Não tenho nada de sério a dizer,
a não ser o cheiro do alho frito pro almoço.
Corpos com os quais esquecemos de amar. Mas isso cança...
Só uma coisa mais:
Uma certa espiritualização de concentrar em uma outra certa meditação a vontade de esconder a real vontade de estar fora em outro em tudo em ar.
fui!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Enquanto o tempo passa prenchendo nossa vida de prazeres separados, eu passo por aqui pra unir em pensamento um pouco do que faríamos juntos. Como Fernando Pessoa, quando diz: "O perfume que os crisântemos teriam, se o tivessem", eu digo que passei aqui pra lembrarmos daquilo que seriamos, se fossemos... Sinta-se beijada de carinhos e bons votos...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Que parte eu não entendi?
Eu vejo as pessoas amarem e dizerem sou outro contigo.
Eu sempre digo que os iguais se tem, e que todos são um só e que merecem ser imensamente maravilhosos como qualquer um.
As mulheres, eu digo, são ainda as mais flores das primaveras, como só elas sabem fragilizar-se em possuir.
Pra ti, cachoeira de sorrisos, que são os beijos que mando d'aqui.
Derrepente parece que de longe a outra pessoa já aprendeu do amar uma fingição necessária, e quando parece que está se dando em primeiro plano, não! Joga com a intenção, força um entendimento, provoca um desejamento... Se cremos que estamos por demais desejados, por vezes é de maquiável tirada a essência que nos cutuca, a falsidade, que no entanto é a expressão controlada do sentimento humano de afeto chamado amor, é um brilho forçado, é um espaço no calo, é café pra perfumes, é água pra doces, alivia e protege, mas não deixa de imitar, por substituição, como em arte, o verdadeiro mito de Romeu e Julieta.
Produzimos... Isso ainda É?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Pensamentos de ninar

Quando vejo um espaço vazio,
outrora vivo em força pela dança, pela música ou pela revolução,
penso num gigante bravio adormecido.
Uma baleia encalhada na areia.
Potencial de rebento libertável ao menor ruído,
pois que os passos são então de cuidado
e o ambiente de suspensão,
vemos a vulnerabilidade da dormença tranformando o infinito em "eterna criança do destino".
Só o eco vagueia, e sós, viramos eco irressoável,
formiga empurrando Sonho de Valsa,
touro chifrando o tecido vermelho de ar.
Cada obra de arte cria seu público respectivo.
se algo lhe falou à primeira vista,
em certa medida a obra soube te ensinar durante o percursso
ou em certa medida não é arte - o que não retira o valor poético, filosófico, existencial, da peça.

sábado, 13 de setembro de 2008

Para falar de vinhos
vamos ao poço
pessoas em redor
redondos no sorrir
serrando o pino do sol
queimando o excesso de utopia que pinga debaixo na bandeja da neweletricbarbecue!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

ex-vazio

Acho bom estar sempre escrevendo,
tirando as idéias da fila,
limpando o salão para o ensaio, as lentes para as fotos,
músculo alongando-se,
óleos lubrificando,
preparar...
Hoje esvazio a vontade inútil de falar sobre política.
faço multiplicar votos, dou no exemplo das minhas atitudes o tom da brincadeira.
a brincadeira é viver, e viver é, em cidades cheias ou latifúndios, a questão da luta.
multiplico votos aos quais eu acredito serem total, incrível, super.
Faço propagando política de graça. faço-a para mim.
Eu rio. rio de coisa Séria. melhor é rir com coisa séria.
Rio, você ri?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

sonho e as musicas e o amor nasce meio encravado e o corpo é chamado para libertá-lo entretanto ele precisa de outro corpo e vai atrás e pede e abraça e lambe e lambe e morde um pouco embaixo da orelha e beija as coxas e chora depois no peito e pára então sem pensar reflete e medita neutro o corpo ama e desmama e a gente vai amando além das lutas de vida e poder com o sonho na ponta da língua entre dentes chiclete interminável gosto e dorme-se gostoso e sua-se e usa de verbos promonominais o indivíduo forte dentro do coletivo organizando idéias em textos sem pontuação ele diz a uns causa inveja a outros mas corre em função do seu desejo e com bondade nos olhos ele se protege de estar fazendo mal possivelmente às invejas.
o primeiro arrependimento, o verdadeiro
talvez mesma verdeira inveja,
chegaste! mas não sabia que este onde era o meu desejo

Te ver agora na mesa de bar em contexto social - podia-se ver um vento
forte mexer seus cabelos, podia-se mesmo inquerir uma brecha na nublagem cinzenta do cotidiano ao redor por onde o sol te pintava de verão num sorriso quieto, intrigante, um sorriso de prosa, longo e nada cínico
Agora você descobrira a arte do salto alto, e ainda sambava olhando pro chão, como quem diz que não gostaria de expor outros a uma possível inveja ou desejo mas que entretanto era essa dança quase vital como o pulso constante, respirava-te a dança, e você adimitia com vergonha: não consigo parar, é minha sina
Esse dia não havia álcool em seu copo, ou fumaça em seu pulmão, nem tédio no proceder e aumentava-se por isso a falta do porque - como?
Seu quadril estava centrado levemente entre céu e chão e deixava florescer que o trabalho estava feito, podia se divertir
o desejo que mostrava não era ausente por não encontrar seres à altura, de fato todos eram possibilidade de prazer e realização, cada abraço era uma casca de moral que fora arrancada e sensível era o corpo como a genitália após gozar
via-se que vivia-se com pouco, mas não era um Pouco comparável, era um Pouco essencial
O controle da mente e corpo talvez escondesse um recente monstruoso desequilíbrio, mas não havia excesso que indicasse a necessidade de repor as partes de afeto arrancadas pelas pás da decepção, da frustação, não realização, projeção

Inveja, arrependimento - agora não era eu mais o único, o especial
mas você estava onde eu queria,
embora você tivesse chegado primeiro ao ponto,
ao menos você podia agora me servir de caminho.

sábado, 16 de agosto de 2008

Hoje, eu fiz um bem a alguém.
Hoje, eu fiz um bem a ser feito a alguém algum momento.
Escrevi e
me sinto na janela, mascarado de fantasia, esperando o carnaval passar
para exibir toda minha criancice pré-matinê - jogarei confete aos enamorados que os acho bonitos vestidos de beijos na boca. Mamãe não sabe, mas já beijei colombina. Foi num sonho
que comi depois do almoço.
Agora mando sonhos aos passantes pois quero o melhor à todos.
Todos tão felizes e só papai que não (que eu não sabia que não cheirava - bolhas!).
Me sento e espero. Mascarado pela tela. Esperando a infantaria passar
para instituir toda minha adultice pós-matinê - jogarei corda aos assinantes que os acho
afogados com seu figurino de reprodutor oficial do discurso que os-fode. Mamãe não sabe, nem papai. Mas já beijei colombino. Foi no sonho
que comi tudo pela primeira vez.
Agora, sonhos em baldes e cordéis, a feira morta morrida perdeu e os sonhos custam em US dolárs, pelo cartão - nenhum funcionário tem o direito de perguntar sua senha pessoal.
Escrevi... não: digitei. e esperei na tela da janela.
Ninguém comentou. Mas fiz um bem. Meus confetes?
Não, os namorados beijam de olhos fechados, e eu fecho os olhos e suspiro profundo pra parecer com eles na sensação.
Só que daí não vejo os enamorados, por isso imagino...
Imagino da janela...
Eternamente: criança!





Um estudo sobre Willian e a Ilha.

Aliterato?
Não. Me traduzo por aí.
Sou geométrico e a luz dá minha profundidade para uma platéia de arena,
que só junta,
só!,
escreve o prognóstico: Marat, Sade, Pushkin, Gates...
Você que é meu referencial total me chapa, e chapado
eu artificializo.
Só ser o de você, o pedido
desejado, o agradável,
Me prende em
confusão. De personalidade! Sou album de figurinhas:
Minha cachorra vem completar eu também.
Muitos amigos e namorados a completar.
Eu não posso ser aquele tubinho que gira com pedrinhas e nos olhos temos
geometricidades com a luz que passa, nem lanternas animadas avós do cinema.
Sou, rapidinho, uma colagem um pouco cubista.
Não posso colorir-me de seu impressionismo.
Já o que basta é a sua figurinha! Obrigado.
A sua paleta, não obrigado.
Explico - que a arte tem que ser democratizada, e o pós-moderno ele é dificil, não sei deixar refletir! - : Livre para com todos, nos melhor reconhecemos a soma de todos palpites,
e mais gostosos em sí portanto. Se há um só, não. E se não há ninguém? - Willian... rs... é do Náufrago, o filme com Hanks, entendeu?
Entendeu? é do náufrago. Minha ilha e Willian, fiz uma canoa de coragem escavada com a dor da perda dos bons momentos (momento poético)!. Mas não entristeça, nos-eramos artificiais como a morfina que aos doentes sublima a vida (momento II).
"Não, ama-te a tí mesmo. É o que está certo."

terça-feira, 24 de junho de 2008

À quoi ça sert?

A cena essencial:
Um foco, duas cores,
Eu mostrando minha bodega!



(A quem
serve
tua
arte?)

topografiadeumsuicida

O relevo de um suicida se junta ao mundo, na maior parte das horas acordadas da vida, pelo que igualmente se chama pé aos outros, porém, nele é uma estrutura que não prescinde do céu, de ar, de açúcar, de qualquer grau um pouco alcoólico, transferidores de peso equilibristas - que não fazem andar, porque não podem voar... O caminho mais curto e verticalmente aceito aponta cálcio e albuminas desistentes que não encontraram como estar cansaço no tom de alma, porque não vêem os ratos como os gatos em posição de finalização. A pontuação desse corpo não é uma primeira vírgula cartilaginosa, entremeio de um sistema elástico que não potenciona a parte traseira pra quem vê de frente, é antes um farol que serve de olho, de veludo do espreguiçar, que consciente que pudesse ser orientaria esteticamente a possível dança não usada da vida. Mais carne trêmula até as bacias simplesmente não encontra lugar nas planícies desse ser nostálgico, os fortes pistões dos seres terrestres, aqui, eternamente parados, ressentem apenas não encontrar lugar nos museus da porcamente construída memória coletiva dos nomes de ruas, como as belas locomotivas dos séculos passado e retrasado lustrando os índices de desenvolvimento do acontecido. As bacias hidráulicas: centro de tudo, a vida da água do estar aqui do ser humano... É muito mais sensação e menos entendimento. Aqui, os trilhos nervosos, origem do líquido da vida, não dobram mortificados, num suicida eles sempre estão alinhados com o universo. Todo o caráter dos pêlos, oh! selva rarefeita do arrepio, estão em distinção por querer o mais, o mais do vício, do dia-a-dia do vício, o mais! Que prazer que te levante, pêlo? E a boca? Não, a boca é uma boca. Pode ser falante ou diética, não importa - a boca! Não? Fala-se muito e depois, pois que se transformamos, sou outro e tu e ele somos o mar! Cheiros de terra... Sim que há, cheiros nos vales, picos roxos e sombrios de tortuoso decline... Se há, tem é que procurá-los com cautela, coitado de quem desapercebe. O suicida olha através e olha de foco, retrai a retina na medida que a droga deixa, espalha... Corpo é tenso e mole depois, é dialético, é desistente... O suicida é desistente, o outro já é pó.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Eram muitas faltas mudas que preenchiam minha vida. Eram as ausências familiares e a convivência inexistente das cidades, eram as inevitáveis comparações físicas e, sobretudo, as de origem – deflagradas nos hábitos e posses materiais, eram as exigências dos valores invertidos de uma classe pelega, presa entre a falsa esperança dos louros e o medo da distante realidade das tábuas de cortiço... E tudo ferozmente presentificado pelo ateísmo institucionalizado raras saídas apresentava. Eis que o encanto que despertava em mim o alivio de poder imaginar-se acompanhado nos sábados à noite, de poder imaginar-se suficientemente belo para uma pessoa e poder substituir qualquer necessidade material pela hóstia da paixão, esse encanto refluía seus reflexos sobre a imagem que eu formava de mulheres que acabara de conhecer, “o que era estar inteiramente pronto para amá-las. Pois julgar que uma criatura participa de uma existência desconhecida em que seu amor nos faria penetrar é, de tudo o que exige o amor para nascer, aquilo a que ele mais se prende e que o faz desdenhar do resto. Até as mulheres que pretendem só avaliar um homem pelo físico vêem nesse físico a emanação de uma vida especial."(Proust)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Romance Naturalista

Uma moça sentada em cadeira de plástico que dobra com o cigarro no entre dedos indicador e do meio da mão direita e com os cotovelos na mesa, usava uma regata rosa que deixava a tatuagem de mandala de cima do músculo do ombro à mostra. Ela tinha cabelos castanhos claros encaracolados. Os seios médios, porém com mamíolos que quando contraídos se assemelhavam a dedais de costura de porcelana que fossem postos na folga de espaço do algodão, esticando uma tenção e a atenção de quem olhava primeiro seu olhar que sabia querer sem parecer necessitar. Foi aí que me apaixonei o baixo-ventre... "E sempre o encanto de todas as idéias que despertavam em mim as catedrais, o encanto das colinas da Ilha de França e das planícies da Normandia, refluíam seus reflexos sobre a imagem que eu formava da srta. Swann, o que era estar inteiramente pronto para amá-la. Pois julgar que uma criatura participa de uma existência desconhecida em que seu amor nos faria penetrar é, de tudo o que exige o amor para nascer, aquilo a que ele mais se prende e que o faz desdenhar do resto. Até as mulheres que pretendem só avaliar um homem pelo físico vêem nesse físico a emanação de uma vida especial."(Proust)
Ví, então, que o baixo ventre era mais uma vez um problema material...

terça-feira, 22 de abril de 2008

... com olhos nos pés, ser parte ponta do organismo imenso-mundo,
irmão de árvores, com o ritmo mesmo do vento.
O quente do sol e o molhado de chuva.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

macroorganismo II

O carro estava lá, brilhava só por qualquer motivo. O vento e a árvore testemunhavam a existência do macroorganismo mundo do qual fazem parte os pés, nossas raízes.
Ela brilhava e andava um foco, chegou ao carro. No porta-malas, uma pluma na bolsa azul: ter uma pluma é ter algo.
O som do meu ambiente diminuía-se... Era como uma passagem do centro eu para o oco do entre-outros.
Eram formigas perdidas no quadrado de concreto, desperdiçando poucas horas de vida - ou seria libertando-se em desespero para poucas horas de vida.
Abraços e furacões! Veludo, Plumas, troncos de casca e furacões!
Fui-me com Liz...

terça-feira, 15 de abril de 2008

Despertador

Peguei uma rede ensolarada, um corpo de amor e crianças correndo e abraçando, tudo num golpe de pensamento e levei pro lugar do merecimento. Perdido em bahias, sonhos de praias e sons de bossas. Acordei cedo e arrumei caminho de chegar.

domingo, 13 de abril de 2008

"O que a cortina esconde só se supõe"

em vez de eu: nós!

Hoje eu quis morrer e quis que na hora da morte eu sorrisse, que bem na hora eu gritasse de arrepio de prazer, não que era como que para terminar o filme no final feliz, mas que fosse mesmo o sentir do como deixar o mundo seguir o caminho sem mais um atravessador. Era abrir mão de mim pra mim mesmo. Eu quis o morrer em forma de sinal de mais. Velório na praia cheio de inimigos sorridentes. Cor de rosa.
Eu quis morrer um tipo de vida como quem nasce um neutro de morte; e um neutro de morte como um horizonte de vida!

Canção Voltando

“A dor e a delícia de ser o que é”, o mundo...
quando alguma coisa começa
é porque ela já tá terminando... Vegetarianos,
daimistas, no drugs, namorados
do mesmo sexo...
tudo começa e...
já está acabando! Salve a refazenda!
E o Brasil, ai, o Brasil... significar
o samba, o forró, o arroz com feijão,
o calor; e ser inevitavelmente,
sobretudo, paulista: poder o somente
sotaque paulista, poder o prazer do
desestresse baiano e o suor gratificante
do ciclista urbano.
Mais que “só no Brasil”
é cada macaco no seu galho! Brasil aos
brasileiros.
Volto com orgulho, ou ,antes,
com a ciência da mentira por debaixo da especulação.
Volto eu, um pouco nós, brasileiro.

Flores Faladas

Flores Faladas por que
foram antes – ou era perfume espuletan-
do demasiado?
As flores aquelas que... E o que é
o medo? Por que é delas só o não ter?
As faladas porque não eram belas
e, portanto, como podiam? E quando
podiam-se belas, ai!, como não eram putas?
Flores Faladas )( mulheres e homens!
Sempre preparando, esperteza desenrolada
tão naturalmente que ingênua; e, pelas
costas, faladas burras: (as invejas!)
Pois que de repente topa-se em uma:
- Te sorrio, por favor, um instante de deslumbramento?
- Não! És louco? Responde-nos.
Somos, quase sempre, os últimos a saber...

sexta-feira, 7 de março de 2008

O Inverno

O inverno é quando estamos
no entre das coisas.
Sim, o inverno é frio, quem
disse que não?
É quando um amor leva
consigo
a visão do futuro
e só sente-se um enjôo
de se estar caindo sem chão...
Felizmente, ele passa.
O meu passou!